Gilmar Mendes evita o clima de “deixa disso”, diz-se alvo de “intrigas” comandadas por Lula e alerta: “A gente está lidando com gângsteres”
Por Felipe Seligman, na Folha:
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria a “central de divulgação” de intrigas contra ele e que a tentativa de envolver seu nome no esquema do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem como objetivo “constranger o tribunal” para “melar o julgamento do mensalão”.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria a “central de divulgação” de intrigas contra ele e que a tentativa de envolver seu nome no esquema do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem como objetivo “constranger o tribunal” para “melar o julgamento do mensalão”.
“O objetivo
[de ligar seu nome ao de Cachoeira] era melar o julgamento do mensalão.
Dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção. Era
isso. Tentaram fazer isso com o Gurgel e estão tentando fazer isso
agora”, afirmou o ministro, fazendo referência às críticas recebidas
pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por ter segurado
investigação, em 2009, sobre a relação entre Cachoeira e o senador
Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).
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Nesta terça-feira, Gilmar Mendes diz que desde sempre defendeu a realização do julgamento do mensalão ainda este semestre. “Não era para efeito de condenação. Todos vocês conhecem as minhas posições em matéria penal. Eu tenho combatido aqui o populismo judicial e o populismo penal”. “Mas por que eu defendo o julgamento? Porque nós vamos ficar desmoralizados se não o fizermos. Vão sair dois experientes juízes, que participaram do julgamento anterior, virão dois novos, que virão contaminados por uma onda de suspicácia. Por isso, o tribunal tem que julgar neste semestre e por isso essa pressão para que o tribunal não julgue”, completou.
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Nesta terça-feira, Gilmar Mendes diz que desde sempre defendeu a realização do julgamento do mensalão ainda este semestre. “Não era para efeito de condenação. Todos vocês conhecem as minhas posições em matéria penal. Eu tenho combatido aqui o populismo judicial e o populismo penal”. “Mas por que eu defendo o julgamento? Porque nós vamos ficar desmoralizados se não o fizermos. Vão sair dois experientes juízes, que participaram do julgamento anterior, virão dois novos, que virão contaminados por uma onda de suspicácia. Por isso, o tribunal tem que julgar neste semestre e por isso essa pressão para que o tribunal não julgue”, completou.
Visivelmente
irritado e com o tom de voz alterado, Mendes diz que foi alvo de
“gângsteres”, “chantagistas” e “bandidos”, que estavam “vazando”
informações sobre um encontro que teve com Demóstenes, em Berlim, e que a
viagem teria acontecido após Cachoeira disponibilizar um avião ao
senador.
“Não viajei
em jatinho coisa nenhuma. Vamos parar com fofoca. A gente está lidando
com gângsteres. Vamos deixar claro: estamos lidando com bandidos que
ficam plantando essas informações”, disse o ministro, que apresentou
notas e cópias de suas passagens aéreas emitidas na TAM pelo Supremo
Tribunal Federal.
Questionado
se o ex-presidente Lula estaria entre os tais bandidos e gângsters,
Mendes apenas respondeu que ele está “sobreonerado” com a tarefa de
adiar o julgamento do mensalão. “Estão exigindo dele uma tarefa de
Sísifo [trabalho que se renova incessantemente]“, disse. Ele não disse
quem seriam “eles” a exigir a tarefa.
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Segundo o ministro, ele não precisa de “fundo sindical, nem dinheiro de empresa” para viajar. Mendes citou que apenas um livro seu, o “Curso de Direito Constitucional”, vendeu mais de 80 mil cópias desde 2007 e que com o dinheiro poderia dar “algumas voltas ao mundo”. “Vamos parar de futrica. Não preciso ficar extorquindo van para obter dinheiro. O que é isso? Um pouco mais de respeito”, afirmou.
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Segundo o ministro, ele não precisa de “fundo sindical, nem dinheiro de empresa” para viajar. Mendes citou que apenas um livro seu, o “Curso de Direito Constitucional”, vendeu mais de 80 mil cópias desde 2007 e que com o dinheiro poderia dar “algumas voltas ao mundo”. “Vamos parar de futrica. Não preciso ficar extorquindo van para obter dinheiro. O que é isso? Um pouco mais de respeito”, afirmou.
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