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Rui Falcão tenta constranger Dilma e defende que governo avance contra a imprensa livre

Rui Falcão - Um Asno
Rui Falcão, que já foi jornalista, mostra por que é hoje presidente do PT. Enquanto o segundo dia do seminário promovido pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais debatia liberdade de imprensa — e o presidente do Supremo, Ayres Britto, rechaçava qualquer controle do estado —, o petista defendia, num encontro partidário, um jornalismo que ficaria bem, deixe-me ver, na Coreia do Norte. Faz sentido! Ele está falando em nome de José Dirceu e de Kim Jong-Lula. O mais interessante no discurso de Falcão não é sua explicitude (a sua fala de ontem foi o “Garganta Profunda” — o filme — da defesa da censura), mas o que esconde. E o que esconde?

A banda do PT em nome da qual ele fala decidiu constranger a presidente Dilma Rousseff. Ela já disse mais de uma vez que o único controle de imprensa que admite é o “controle remoto”. Embora o governo federal financie, sim, por meio de anúncios da administração e de estatais, aquela rede da Internet encarregada de atacar oposicionistas, ministros do Supremo e a imprensa independente, a presidente tem resistido às investidas dos radicais para criar o controle estatal da informação. Entenderam?

À falcoaria, não interessa apenas financiar o jornalismo que puxa o saco do poder — coisa de países com déficit democrático; é preciso também censurar a imprensa que vigia o poder, e isso é coisa de ditaduras.

Falando como se fosse porta-voz do Planalto, anunciou, segundo o Estadão:
“Este é um governo que tem compromisso com o povo e que tem coragem para peitar um dos maiores conglomerados, dos mais poderosos do País, que é o sistema financeiro e bancário. E se prepara agora para um segundo grande desafio, que iremos nos deparar na campanha eleitoral, que é a apresentação para consulta pública do marco regulatório da comunicação”.

A forma como o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) conduziu, até agora, o debate sobre o marco regulatório passa longe de censura. Mas os petistas e seus esbirros na Internet estão infelizes. Bernardo já andou sendo atacado. Querem, reitero, ditadura. Falcão deixou claríssimo que não tem em mente uma imprensa que sirva ao país. Ele quer é um jornalismo servil ao PT:
“(a mídia) é um poder que contrasta com o nosso governo desde a subida do (ex-presidente) Lula, e não contrasta só com o projeto político e econômico. Contrasta com o atual preconceito, ao fazer uma campanha fundamentalista como foi a campanha contra a companheira Dilma (nas eleições presidenciais de 2010)”.

Como se nota, ele recorre ao nome de Dilma duas vezes para tentar arrastá-la para a sua pantomima liberticida. Trata-se de uma mentira estúpida. Os grandes veículos do país estão longe de exibir uma mesa voz. É igualmente mentiroso que façam oposicionismo sistemático. Matérias favoráveis ao governo se contam às pencas. Mas digamos que a sua acusação fosse verdadeira… E daí? Ele acha que o fato de o partido ter vencido eleições lhe dá o direito de calar as vozes discordantes? Acha! A democracia, para este senhor, é só um meio para chegar ao poder.

“Campanha contra a companheira Dilma???” Qual? Ah, é verdade! Houve uma oposição que ousou disputar… Coisa gravíssima! Até outro dia, os petistas não admitiam perder eleições. Agora eles chegaram à fase em que já não admitem nem mais disputá-las. Com esse palavrório, Falcão está tentando ressuscitar o projeto deixado por Franklin Martins, que foi encostado por Paulo Bernardo por orientação de Dilma.

Falcão já havia gravado um vídeo em que pedia uma CPI do caso Cachoeira para… livrar a cara dos mensaleiros. Voltou ao tema:
“Essa CPI vai desvendar também quais são os caminhos de ligação com esses contraventores nos setores da mídia brasileira”.
Vai uma ova! Essa acusação já foi desmoralizada. Isso é só palavra de ordem para alimentar a rede suja da Internet. O inquérito vazou. E mostra, sim, políticos no meio da lambança. A imprensa aparece colhendo informações para denunciá-las. E foi assim que Dilma demitiu seis ministros de Estado — contra a vontade dos Falcões, Dirceus e Lulas — e caiu nas graças da população. Tivesse ouvido a companheirada, estava agora amargando a fama de amiga de corruptos.


O presidente do PT referiu-se ainda ao senador Demóstenes Torres:

“Esse fariseu, que é o senador Demóstenes Torres, é apresentado pela imprensa como sem partido, mas vamos nos lembrar sempre que, até um mês atrás, ele era senador do DEM”.

Encerro


Entendi! Falcão só conhece a realidade do seu partido. Ali, não existe “ex”. Todo mundo é atual. José Dirceu, “chefe de quadrilha”, segundo a PGR, não é ex-petista; é petista! Delúbio Soares, apontado como membro da quadrilha, não é ex-petista; é petista! Todos os aloprados não são ex-petistas. São petistas! A figura do corrupto ex-petista parece ser uma contradição dada pelos termos.

O presidente do principal partido da base, aquele ao qual é filiada a presidente, anunciou que o governo vai avançar contra a mídia que ousa “contratar” o poder petista. Comportou-se como quem fala em nome do governo. Com a palavra, Dilma Rousseff.

Por Reinaldo Azevedo

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