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PSDB e PPS vão à Justiça eleitoral contra PT, Haddad, Lula, Ratinho e o SBT

Lula, Ratinho e Fernando Haddad
Estranhamente, leio no Jornal do Brasil que o pré-candidato a prefeitura de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, afirmou que "sua aparição no programa do Ratinho ao lado de Lula não foi planejada". Como não!!?? Isso já havia sido largamente anunciado com antecedência! Assisti a entrevista e conclui que o deboche as Lei Eleitoral faz parte da "genética" partidária. Todos estrapolam! Já escrevi sobre a prática, inclusive em nossa região. Em Birigui não foi diferente! Mais sobre o recente episódio Lula X Ratinho abaixo:

"O PSDB e o PPS anunciaram que vão entrar com representação na Justiça Eleitoral contra Lula, Fernando Haddad, Ratinho, SBT e a pré-camapanha do candidato petista à Prefeitura por campanha eleitoral antecipada, uso indevido de um meio de comunicação e abuso de poder.
Ontem, como sabem, Lula e Haddad foram entrevistados pelo apresentador, em campanha eleitoral aberta, sem subterfúgios ou ambiguidades. Aliás, Lula não se furtou nem mesmo a tratar de 2014. Anunciou que, caso Dilma não queira concorrer à reeleição em 2014, será, sim, candidato para “impedir que um tucano volte a governar o Brasil”.
Não se me lembro de flagrante igual de desrespeito à Justiça Eleitoral. Se aquilo pode, então tudo pode. (Por menos o candidato José Serra foi multado)
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Há dias a transgressão à Lei Eleitoral estava anunciada. Lula daria a sua primeira entrevista depois de deixar a Presidência da República ao Programa do Ratinho, do SBT. O SBT é a emissora do empresário e ex-banqueiro Silvio Santos, cujo banco, o Panamericano, quebrou, deixando um rombo de R$ 4,3 bilhões na praça. Isso deveria lhe ter custado o patrimônio pessoal e empresarial. Mas saiu ileso, sem gastar um centavo. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um jeitinho. Foi um dos maiores escândalos financeiros do país. Voltarei ao ponto mais abaixo. Pois bem: os petistas anunciavam, e a imprensa noticiava: a “entrevista” ao apresentador Ratinho será a primeira de uma série de aparições do ex-presidente em programas de TV para tentar catapultar a candidatura de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo.
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Ataque boçal e antidemocrático
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Lula — Depois de afirmar, obviamente, que Dilma tentará a reeleição, que está fazendo um trabalho extraordinário, não se conteve: “Se ela não quiser ser candidata, vou ser. Não vou permitir que um tucano volte a ser presidente do Brasil”. (...) Ratinho, com Haddad ali presente, numa programa que tinha justamente o objetivo de tirá-lo da obscuridade eleitoral, não perdeu tempo. Olhou para as câmeras e disparou: — Zé Serra, cê tá ralado!
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O câncer e o ataque a quem tem plano de saúde privado
Lula fez um resumo até bem-humorado das dificuldades para, ora se não faria isto!, atacar aqueles que votaram contra a CPMF (coisa que o PT era contra quando estava na oposição) e, pasmem!, os brasileiros que têm plano privado de saúde! O homem que se tratou num dos hospitais mais equipados e caros do mundo — teria sido tudo pago por seu plano de saúde??? — tem clara noção do contraste entre o tratamento que ele recebe e aquele dispensado por seu governo à população pobre, certo? Quem é o responsável por isso? Ora, os que votaram contra a CPMF! “Se a gente quiser que o povo tenha o tipo de tratamento que eu tive, tem de ter dinheiro”. Não! Lula não foi se tratar no SUS — que ele chegou a declarar “perto da perfeição” e a oferecer como modelo a Obama. Preferiu o Sírio-Libanês. E afirmou, de modo um tanto oblíquo, que o conjunto dos brasileiros só não tem um Sírio-Libanês para chamar de seu por culpa dos adversários.

A mentira escandalosa sobre os planos de saúde
Lula aproveitou, ainda, para fazer caricatura dos brasileiros que pagam plano privado de saúde, que seriam uns reclamões injustos: “Quem paga o plano de saúde dele? É o estado brasileiro, que não recebe imposto!” Trata-se de uma falsificação grosseira da verdade. Lula sabe muito bem o que é Imposto de Renda e como funciona — o governo petista bate sucessivos recordes de arrecadação. Quando o contribuinte declara os gastos de saúde está apenas — atenção! — deixando de ser tributado sobre aquele valor, mas é mentira que o estado esteja pagando alguma coisa! O coitado está efetivamente tirando um dinheiro do bolso para financiar a sua saúde e a da família. A afirmação é uma mentira, uma vigarice! Terá a oposição prestado atenção que o petista hostilizou, com essa afirmação, milhões de brasileiros obrigados a aderir à saúde privada para fugir do “sistema quase perfeito” de Lula? Se fosse ágil, estaria amanhã nas redes sociais fazendo esse debate. Mas até acordar do sono eterno…

Aí chegou a hora de Haddad
Aí chegou a hora de Haddad. Como quem não quer nada, como se a pergunta tivesse acabado de lhe ocorrer, Ratinho indagou por que ele escolhera o ex-ministro da Educação como candidato à Prefeitura de São Paulo. E o ApeDELTA explicou que queria alguém com uma cara nova, que tinha criado o ProUni e 14 universidades federais (mais um número mentiroso!). O candidato, então, foi chamado a integrar a mesa, como entrevistado. Tudo estava tão organizado, que havia até uma “reportagem” com uma estudante do quarto ano de medicina, financiada pelo ProUni. Ela, claro, estava gratíssima aos dois petistas. Setenta por cento das universidades federais estão em greve. Algumas delas não contam nem com sistema de esgoto. Aulas estão sendo ministradas em barracões e prédios improvisados. E isso é apenas um fato. Em 2010, formaram-se menos estudantes em universidades públicas do quem em 2004!

Exibindo notável falta de treino, um tanto desenxabido, Haddad engrolou ali um discurso segundo o qual os críticos do Bolsa Família (???) acusavam o programa de assistencialista — o que, atenção!, é falso! Lula roubou o programa do governo FHC, como já provei aqui. Antes de adotá-lo como seu, quem dizia que programas de bolsa deixava o pobre preguiçoso, “sem vontade de plantar macaxeira”, era o próprio Lula. E já estava na Presidência da República. Indagado por que quer ser prefeito, Haddad afirmou que pretende melhorar a vida das pessoas do portão para fora — tarefa que seria da Prefeitura — porque, do portão para dentro, tudo o que aconteceu de bom aos brasileiros é obra de Lula e, vá lá, de Dilma. E teve a cara de pau de falar justamente sobre  saúde, como se o governo do PT não administrasse o país, estados e cidades em que a área vive em petição de miséria. O atendimento na rede municipal de São Paulo é muito superior àquele dispensado pelo governo federal.
(...)
SBT X Record e os evangélicos
Ali pelo fim da entrevista, algo curioso se deu. Ratinho anunciou que o Ibope do seu programa estava maior do que “o da emissora do bispo”, referindo-se à Record, de Edir Macedo, que concorre com o SBT no esforço de puxar o saco de Lula e do PT. E disse ao ApeDELTA: “Eu estive com o apóstolo Valdomiro [na verdade, é "Valdemiro"], e ele te mandou um abraço. E Lula: “Eu quero falar com ele!”. Ratinho responde: “Posso marcar?”. O petista disse que sim.
Pois é… Haddad é amplamente rejeitado, por enquanto, pelos cristãos, tanto católicos como evangélicos, por causa do kit gay preparado para as escolas e da defesa fanática que o PT faz da descriminação do aborto. Valdemiro, originalmente um desgarrado da Igreja Universal do Reino de Deus, de Macedo, é dono da Igreja Mundial do Poder, uma das pentecostais que mais crescem. E esse crescimento tem-se dado justamente sobre a Universal, tomando-lhe fiéis e pastores. Os dois donos de igreja travam uma batalha feroz, com pesadas acusações mútuas. Macedo já pôs o, por assim dizer, “jornalismo” da Record para atacar o adversário do mercado da fé. É bem possível que Lula queira falar com o concorrente de seu amigo Macedo para promover a paz religiosa… O dono da Universal também é proprietário (!) de um partido político, o PRB, que tem, por enquanto, um candidato à prefeitura de São Paulo: Celso Russomano. Nada, certamente, que o Babalorixá de Banânia não possa resolver.

Agora o Panamericano
Em 2008, o Banco Panamericano já estava quebrado. Mesmo assim, em 2010, a Caixa Econômica Federal comprou 49% das ações da instituição. Um ano depois, estava quebrado, com um rombo de R$ 4,3 bilhões. A única saída seria Silvio Santos arcar, conforme a lei, com os seus bens pessoais e os das suas empresas. A menos que aparecesse um super-Lula no meio do caminho, como apareceu. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ficou com o espeto. Luiz Sandoval, ex-presidente do Grupo Silvio Santos, contou tudo à Folha numa entrevista no dia 11 de março. A história de que o FGC é só dinheiro privado é conversa para boi dormir. A “sociedade” com a CEF rendeu a ignominiosa reportagem da “bolina de papel” em 2010, lembram-se? A operação salva-Silvio, rende agora a campanha eleitoral arreganhada para Haddad. Dado o tamanho do socorro — R$ 4,3 bilhões —, vem mais coisa por aí.

Os truques
É quase certo que a patranha desta quinta será lavada com convites aos demais candidatos à Prefeitura. Aposto que Serra e alguns outros serão convidados, sob o pretexto de garantir condições iguais a todos. Eles irão, claro! Mas se trata de um truque. Não haveria nada de errado em Lula conceder uma entrevista e elogiar fartamente as gestões petistas. Do mesmo modo, o candidato Haddad poderia ter sido entrevistado (outros teriam a sua chance). A malandragem está na operação casada, no uso de um programa de TV para que Lula faça proselitismo em favor do outro, transformando uma suposta entrevista em horário eleitoral gratuito. Ratinho e o SBT puseram um programa da emissora a serviço do lançamento de uma candidatura. A propósito: caso os demais candidatos sejam convidados, devem exigir da produção “reportagens” com pessoas gratas à sua atuação pública.

“Vamos bater nos jornalistas”
Ratinho encerrou o programa fazendo um gracejo, convidando Lula para um programa em conjunto, na televisão. Seria o certo. Finalmente, a vocação de animador de auditório! O apresentador emendou: “Tem muito jornalista que bateu em você; vamos bater neles”. E Lula respondeu: “Vamos entrevistá-los“. Trata-se de um gracejo revelador, a exemplo do troca-troca das rabadas. Políticos não entrevistam jornalistas porque estes, na sua profissão, não se candidatam a cargos públicos nem são sustentados pelo povo — há alguns que são, mas não são jornalistas, e sim paus-mandados. Lula nunca entendeu direito o trabalho da imprensa, não é? Daí que se dedique, com frequência, a tentativas de censura e intimidação.
Indagado, finalmente, e de forma indireta, sobre o caso Gilmar Mendes, o petista afirmou que não falaria a respeito se limitou a dizer: “Quem acusou que prove”!. Pois é! Só se Gilmar Mendes estivesse com um microfone na lapela. O relevante é que todo mundo sabe o que aconteceu. Não estivesse Lula ali a roer a Lei Eleitoral, os fatos, as instituições, o decoro e o bom senso, talvez um ou outro ainda pudessem ter direito à dúvida. Mas como duvidar?"

Por Reinaldo Azevedo

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